Após 25 dias, cápsula de missão lunar sem tripulação cai no Oceano Pacífico

A missão Artemis I, um teste sem tripulação com duração de 25 dias e meio ao redor da lua, com o objetivo de preparar o terreno para futuras missões tripuladas, alcançou um marco significativo com o bem-sucedido pouso da espaçonave Orion da NASA no oceano neste domingo (11).

A nave concluiu a última fase de sua jornada ao se aproximar da atmosfera terrestre, percorrendo 385.000 quilômetros entre a lua e a Terra. O pouso ocorreu às 14h40 (horário de Brasília) de domingo, no Oceano Pacífico, próximo à Baja California, no México.

Essa etapa final, crucial e arriscada, foi descrita por Rob Navias, o comentarista da NASA que liderou a transmissão de domingo, como um processo de “reentrada manual”. O administrador da NASA, Bill Nelson, expressou sua impressão, chamando o evento de um “dia extraordinário”.

A cápsula está atualmente flutuando no Oceano Pacífico, onde permanecerá por cerca de 17 horas, enquanto a NASA coleta dados adicionais e realiza testes para garantir a prontidão da espaçonave Orion para transportar astronautas.

Durante a reentrada, a espaçonave atingiu cerca de 32 vezes a velocidade do som (40.000 quilômetros por hora), resultando em temperaturas externas de aproximadamente 2.760°C. O escudo térmico foi destacado como o próximo grande teste pela NASA, projetado para proteger a cápsula da intensidade da reentrada na atmosfera.

O calor extremo causou a ionização das moléculas de ar, resultando em um blecaute de comunicação de 5 minutos e meio. Uma manobra de salto foi realizada quando a cápsula estava a cerca de 61.000 metros acima da Terra, proporcionando um pouso consistente para facilitar a recuperação e reduzir as forças G experimentadas pelos astronautas.

Após a manobra, a cápsula desacelerou drasticamente em sua descida final, abrindo os paraquedas quando estava a aproximadamente 32 quilômetros por hora. Embora a missão contasse apenas com manequins e um boneco Snoopy, Nelson destacou a importância de demonstrar a capacidade de retorno seguro da cápsula.

Ao percorrer 1,3 milhão de milhas (2 milhões de quilômetros) em uma órbita lunar distante, a espaçonave Orion estabeleceu um recorde, capturando imagens impressionantes da Terra, da superfície lunar e de uma fascinante “subida da Terra”. Apesar de alguns satélites falharem, a missão Artemis I foi avaliada como um sucesso pela NASA.

Com esse êxito, a NASA agora se concentrará na análise dos dados coletados para selecionar a tripulação da missão Artemis II, programada para decolar em 2024, continuando os preparativos para futuras missões lunares, incluindo a histórica Artemis III, prevista para 2025, que planeja levar a primeira mulher e a primeira pessoa negra à lua.